Nos últimos anos muitas marcas tem mostrado um forte posicionamento perante diversos movimentos sociais, o que é extremamente positivo, especialmente por dar enfoque em determinado tema e propiciar seu debate.
Uma dessas marcas foi a Dior; em sua coleção de estréia, a estilista Maria Grazia Chiuri, trouxe para as passarelas uma t-shirt com uma frase da escritora nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie: “We should all be feminists” (Todos nós deveríamos ser feministas); em um claro apoio ao movimento feminista.
Fonte: Look da Coleção da Dior Primavera/Verão 2017 (Vogue BR)
Um dos posicionamentos mais recentes, foi a representatividade no desfile da Valentino, que contava com 38 modelos negras, incluindo a super modelo, Naomi Campbell. Tal número sinaliza o total apoio a diversidade na moda e na alta costura.
Fonte: Desfile da Valentino Primavera/Verão 2019 (Vogue BR).
Entretanto tais posicionamentos não se limitam as passarelas; seria impossível falar de moda e posicionamento, sem citar Franca Sozzani; talvez nem todos os amantes de moda conheçam seu nome, mas em tempos em que o termo posicionamento não era tão difundido, esta visionária editora da Vogue Itália, foi uma das pioneiras a usar uma publicação de moda como forma de abordar assuntos polêmicos e movimentos sociais.
EDITORIAIS ICÔNICOS
Um dos editorais que marcaram sua carreira foi o que ilustrou seu posicionamento quanto a falta de diversidade na moda; a edição de Julho/2008 –Black Issue (Edição Negra), foi um número especial que contou com 4 capas diferentes, somente com modelos negras em toda a revista (foi a edição mais vendida da Vogue Itália, sendo reimpressa 3 vezes).
Fonte: Capas Black Issue (Pinterest)
Outro número que ganhou destaque foi a edição de Ago/2010 – Water & Oil (Água e Óleo), que retratava o desastre do vazamento de óleo no Golfo do México. A edição teve ampla repercussão; para alguns críticos Franca quis glamourizar a tragédia, para outros a editora foi corajosa ao usar uma revista de moda como ferramenta de posicionamento político.
Fonte: Click de Steven Meisel (Vogue IT).
Fonte: Click de Steven Meisel (Vogue IT).
Fonte: Click de Steven Meisel (Vogue IT).
A edição de Jun/2011 – Belle Vere (Beleza Verdadeira), com fotos de Steven Meisel; ganhou notoriedade por se tratar de um ensaio que é um verdadeiro nado contra a corrente. Composto por modelos curvilíneas e com pouca roupa, a edição exaltou a beleza real das mulheres, assim rompendo a hegemonia da magreza das publicações do meio.
Fonte: Click de Steven Meisel (Vogue IT).
Fonte: Click de Steven Meisel (Vogue IT).
Fonte: Click de Steven Meisel (Vogue IT).
Em 2016 a trajetória profissional e pessoal de Franca Sozzani foi celebrada com o documentário, Franca – Chaos and Creation (Franca – Caos e Criação), dirigido por Francesco Carrozzini (filho de Franca), o mesmo traz entrevistas com a própria editora e com diversas personalidades do mundo da moda. Entretanto a obra vai além disso, sendo uma genuína declaração de amor de um filho à sua mãe e um verdadeiro deleite para o espectador. Vale a pena conferir! (Disponível na Netflix).
Fonte: Vogue BR
Posicionamentos e críticas à parte, Franca Sozzani revolucionou a moda por meio de editoriais que não tinham apenas cunho comercial, mas sim, a intenção de provocar reflexão em seus leitores.
” Acho lindo deixar uma marca no mundo, embora a marca mais linda sejam os filhos, mas se você deixa uma coisa que não seja a família, então cria uma história”
Franca Sozzani.
Infelizmente, algum tempo depois do final das filmagens de seu documentário; Franca Sozzani faleceu; mas assim como ela declarou na frase acima, ela deixou sua marca no mundo, e seu legado certamente ecoará por anos.
Até a próxima semana pessoal!
Publicado por